Agora volto ao filme em sí. Bem, vou logo dizendo que a grande força de 300 reside mesmo em seus aspéctos técnicos. Confesso que não lí a Graphic Novel, mas não é dificil, durante a projeção, notar que a película literalmente dá vida aos quadrinhos. Todos as tomadas possuem anglos estratégicamente calculados, e a fotografia, com seu tôm de cores caracteristico dão uma idéia boa das imagens de Frank Miller (e a notável fidelidade ja garante outro ponto para o diretor Zack Snyder). Foram diversas cenas memoráveis de tão belas, e a trilha sonora também é competente em acertar o estilo musical para um filme como esse (além da ousadia em inserir faixas de metal em algums cenas, que poderiam facilmente se tornar cafonas em um filme épico, coisa que não acontece). A história também têm seus méritos, mas fica óbvio que toda beleza da narrativa são os diversos diálogos que foram tirados intáctos da Graphic Novel. O elênco faz um bom trabalho, mas o filme impede a maioria dos personagens de crescerem ao longo da história, o que é uma pena. E não posso deixar de comentar sobre Rodrigo Santoro que cria Xerxes como um vilão interessante (suas expressões meio cartunescas dão vida ao personagem) e divertido, mas não forçado.
Infelizmente, apesar dos grandes momentos, 300 não consegue ser tão bom quanto Sin City justamente por não ter um enredo tão interessante. É bem provável que isso não acontece nos quadrinhos, mas cinema é diferente, e ele exige uma aproximação maior entre os personagens e o público, o que é acontece de forma pobre na nova adaptação. É uma pena, descobrir durante o discurso de um personagem no final da história, que você nem se importava tanto com os 300 guerreiros espartanos como o filme gostaria que você se importasse. Mas o resultado final é mais que satisfatório. Afinal de contas, a estética é hipnotizante.