Fico me perguntanto onde ele bateu a cabeça, ou que tipo de doença psicossomática envolveu este indiano diretor de cinema a jogar sua carreira no lixo, destruindo um legado nada menos que marcante. Estaria ele embriagado com sua própria genialidade, achando que tudo que passar por sua cabeça é idéia brilhante o suficiente para estrelar um filme?
Recaptulando rapidamente: Seu primeiro filme, O Sexto Sentido, não foi nada menos que maravilhoso, colocando seu nome como uma das grandes revelações de 99, promessa de um nome memorável na história do cinema. O Corpo Fechado provou que não foi somente um golpe de sorte, ou um projeto de vida, e que sim, temos um cara que sabe como fazer grandes filmes. Sinais, embora menos eficiente, é competente o suficiente para ganhar atenção, e a ambição de fazer um filme alienígena diferente de tudo que Hollywood está acostumada, faz deste uma obra quase louvável. A Vila mostra os primeiros sinais de fraqueza de Shyamalan, com uma trama falha que entrega momentos chaves antes da hora, mas que ainda sim, merece méritos por sua direção, elenco e trilha sonora impecáveis. A Dama na Água é decepcionante e mancha o nome do diretor, mas ainda conta com bons momentos.
O que nos trás finalmente à Fim dos Tempos, primeiro filme intrinsecamente ruim de Shyamalan. Se Mark Wahlberg não estivesse ali, juro que teria sido um dos piores filmes que já vi nos ultimos tempos. Como alguem capaz de fazer algo tão belo quanto O Sexto Sentido, consegue fazer essa porcaria? Tudo bem, existe umas mortes "bacanas" (para os fãs do gênero... sinceramente, não sou bom para apreciar pessoas morrendo), e a trama pode prender a atenção, só até descobrirmos as resoluções estúpidas. Alguns personagens (oh, a velha) e situações (perseguição contra o vento) são tão bizarras que só dá pra concluir que o cara quis fazer um filme ruim. E é engraçado como até mesmo a surpresa, efeito tão característico em seus filmes, foi completamente abandonada, exibindo um desfeixo que é, aquilo que os personagens suporam no inicio (talvez porque na cabeça do Shya era a coisa que mais fazia sentido, ou talvez simplesmente porque não deu pra imaginar algo muito diferente).
Sempre dei uma chance, mesmo crente da carreira decadente do diretor. Mas o próximo, só assisto se ler muita coisa boa a respeito. Caso contrário, não pago pra ver.