terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Príncipe de lugar nenhum

Olá queridos amigos.

Existe um fulaninho aí chamado Seth Schiesel que escreve para a New York Times. Bom, ele escreveu recentemente um artigo que me chamou muita atenção. Sabe o jogo Prince of Persia? Então, foi lançado um game da franquia para a nova geração, e ele afirma que o jogo é culturalmente irresponsável. Segue uma citação:

"O que nós somos para fazer um 'Príncipe da Pérsia' que fala e se comporta como um adolescente americano de 17 anos que só fica em shopping center? Um 'Príncipe da Pérsia' com olhos azuis, rosto anglicano e o que parece ser um bronzeado que ele pegou nas últimas férias de primavera? Justiça seja feita, o novo 'Prince of Persia' não alega nenhuma autenticidade cultural ou histórica; o jogo é ambientado em um reino mágico de fantasia e não em uma versão de um lugar real. Mas isso absolve o jogo de toda sua responsabilidade?", questiona.

"'Prince of Persia' é um grande jogo, mas simplesmente ser um videogame não é mais suficiente para se omitir do fato de que é parcialmente responsável por moldar as percepções e atitudes de seus jogadores. Não mais", conclui.

Sinceramente, acho que se o game tivesse qualquer pretensão de ser cultura (como Age of Empires teve), seria reprovável que esses elementos fossem ignorados. Mas até onde eu conheço a série (não muito pra falar a verdade), não me lembro de ter nenhuma relação com fatos históricos em sua trama. Então, porque tanto falatório?

O que vocês acham disso? Um jogo, por ser entretenimento puro já foge do compromisso de trazer bagagem cultural, ou sua responsabilidade cresce, quando olhamos em volta e vemos um mercado em ascenção, tão diferente do que foi a 20 anos atrás?


Um comentário:

Diego Araújo disse...

Caramba, que polêmica mixuruca a desse cara. É mais um dos policiais do politicamente correto. Claro que o primordial de um jogo é a diversão, e quando possui uma trama envolvente as coisas podem ficar muito interessantes.

Agora Prince of Persia é um universo fantasioso e altamente estilizado, que não possui nenhuma obrigação de retratar com fidelidade coisa alguma. Se imprecisões supostamente ofensivas a quem quer que seja fossem justificativa para tirar o valor de obras culturais, seríamos privados de algumas das maiores obras da literatura ocidental, inclusive Homero e Shakespeare.