domingo, 23 de setembro de 2007

Livros que viram filmes

Olá caros leitores do Blog do Nandim =)
Resolvi fazer uma análise sobre adaptações cinematográficas de livros de sucesso. Meu intuito aqui, é indagar o porquê dos livros serem indubitavelmente melhores para o público. É claro que a questão é um tanto abstrata, mas creio existirem elementos que cativam mais as pessoas durante a leitura. Primeiramente o mais importante: livros tornam para o leitor, uma experiência subjetiva. Quando um fato é narrado ou um personagem é descrito, temos a liberdade de usar a nossa criatividade para construir as cenas, os rostos, enfim, praticamente criar uma "alma" para aquela história. E isso faz dela algo pessoal. Aliás, é essa subjetividade que faz com que o diretor crie a história daquele jeito, porque foi como ele viveu aquela experiência literária. É então que o problema começa: essa visão do diretor é geralmente diferente da nossa, o que causa um certo encômodo na grande maioria das pessoas.
Outro fator bastante comum nas reclamações de filmes adaptados, estão nos cortes ou mudanças de acontecimentos (esses são o verdadeiro terror dos mais fiéis, apesar de acontecerem com menos frequencia). Livros não se preocupam com a forma estrutural dos acontecimentos, enquanto filmes geralmente são bem mais restritos e precisam respeitar a famosa lei dos atos (o primeiro ato sendo a introdução da trama e dos personagens, geralmente os 30 minutos iniciais; o segundo as reviravoltas, que dura cerca de 1 hora; e o terceiro ato como sendo a conclusão, que são os 30 minutos finais. Claro que é apenas uma estimativa e pode variar). Nesse caso, é normal que o livro tenha passagens e subtramas que não são realmente importantes para a história e acabam sendo cortadas nas telinhas.
Vale considerar também, que a leitura é algo que nos ocupa mais tempo. Então uma boa experiência literária pode durar 1 semana a fio, enquanto um filme geralmente não terá mais que 3 horas de duração. Isso é significativo, já que a quantidade de horas de etretenimento contam em uma comparação como essa. Por último, devo ressaltar o mais óbvio: lemos o livro antes de assistirmos aos filmes (isso não é uma regra, mas acontece sempre nesses casos de decepções). Portanto, mesmo que seja divertido rever os acontecimentos no cinema, já temos total conhecimento da trama. Sabemos quem vai morrer, as reviravoltas e até como ocorrerá a conclusão. A primeira vez em que vemos tudo, que fomos surpreendidos, que houve o mistério dos acontecimentos, foi durante a leitura.
O duro é que muitas vezes o filme foi muito bem feito, e acaba não agradando ninguem por conta desses "empecilhos". Prova disso é que as reclamações geralmente são: "o filme ficou fraco, cortaram várias partes". Oras, se o que foi mostrado na película fosse ruim, as pessoas ficariam insatisfeitas com o que viram. Se elas queriam mais, é que pelo menos o que foi mostrado agradou. Claro que não vale para todos os casos, é só uma defesa da minha parte para belos filmes que sofrem desse preconceito. Querem fazer uma experiência? Assistam o filme primeiro antes de ler o livro. É bem provável que esse encômodo será ao menos consideravelmente diminuido.

Um comentário:

Guilherme Miotto disse...

Boa Análise Nandim. Mas acho que o cinema não é tão limitado assim não. Realmente ele é uma experiencia mais rápida isso porque uma imagem vale mais do que mil palavras. Mas enfim, há controvercias. Isso é um assunto pra ser debatido no Pedrinho mediante a uma boa ceva gelada.